Países árabes da África exportam produtos têxteis ao Brasil
No ano passado, Marrocos e Tunísia aumentaram suas vendas de vestuário ao Brasil. Este ano, no entanto, a tendência é que as importações como um todo se retraiam em decorrência da pandemia.
Com uma participação que vem crescendo nos últimos anos, três países árabes se destacam na exportação de produtos têxteis ao Brasil. O principal deles é o Marrocos, que gerou receita cambial de US$ 6,99 milhões no primeiro semestre de 2020. Em seguida, vem o Egito, com US$ 5,14 milhões no mesmo período, seguido pela Tunísia, que movimentou US$ 1,92 milhão.
O Marrocos e a Tunísia exportam principalmente peças de vestuário ao Brasil. Embora os embarques dos dois países viessem em uma crescente em 2019 frente a 2018, essa lógica mudou no primeiro semestre de 2020. No primeiro semestre deste ano, a Tunísia teve recuo na receita dos envios ao Brasil, em 33%, frente ao mesmo período de 2019. E o Marrocos, embarcou menos 48% ao Brasil de janeiro a julho de 2020. Na foto acima, confecção no Marrocos.
Já o Egito tem suas vendas ao Brasil focadas em fios de algodão de fibra longa. Os egípcios, que já tinham exportações em queda em 2019, viram diminuir em 12% suas receitas com embarques de produtos têxteis aos brasileiros.
O menor desempenho dos árabes acompanha a curva do setor têxtil que, como um todo, está reduzindo suas compras frente à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. “Tivemos menor demanda, e por isso os dados gerais, não apenas dos árabes, de 2019 não devem se repetir em 2020”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel. A expectativa é que haja queda de 25% na importação total do setor em 2020.
Na lista de nações árabes que embarcam produtos têxteis ao Brasil há, ainda, outros países como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Estes, no entanto, exportam um volume pequeno frente aos três países árabes na África. “Estes três países árabes são tradicionais produtores. O Marrocos produz e exporta muito ao mercado europeu. Os grandes exportadores são asiáticos, mas tivemos expansão do comércio de países africanos e do Oriente Médio, incluindo os árabes. Isso gerou maior dinamismo”, concluiu o presidente da Abit.
De acordo com Pimentel, o Brasil começou a elevar sua importação de produtos têxteis há cerca de 10 anos, movimento que se intensificou nos últimos cinco anos. Segundo o presidente da Abit, os asiáticos são historicamente os principais vendedores deste setor ao Brasil e o destaque é da China, que representa metade do que é exportado ao Brasil.