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Egito: com mercado aberto, Brasil vende derivados de frango

O Brasil abriu o mercado de processados de #frango do #Egito no ano passado e embarcou 650 toneladas nesses produtos neste ano. Setor, no entanto, quer ampliação do prazo de validade dos produtos para vender mais.

O Brasil exportou 650 toneladas de produtos processados de frango ao Egito neste ano até o mês de agosto, após ter conseguido a abertura desse mercado no ano passado. Apesar de avaliar o volume dos embarques como positivo e ver perspectivas de crescimento, o setor aviário brasileiro defende um aumento do prazo de validade dos produtos, atualmente de 90 dias, para viabilizar uma comercialização maior.

©Food Collection/AFP

Produtos como nuggets foram liberados

Até a metade do ano passado, o Brasil exportava ao Egito apenas carne de frango in natura. “Nós praticamente só exportávamos frango inteiro griller para o Egito”, disse para a ANBA o diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua (foto acima), ressaltando que historicamente o Egito é um mercado muito importante para o setor, mas no segmento in natura, do griller. Esse frango é vendido inteiro, em tamanho pequeno, e é muito consumido nos países árabes.

O Egito, porém, autorizou a entrada dos industrializados de frango do Brasil em julho de 2020, o que abriu as portas para a exportação de produtos como nuggets, carne de frango enlatada, salsichas e mortadelas, além de blanquet, feito de peru, todos de maior valor agregado. Mas o país árabe determina um prazo de validade curto para a maioria desses produtos, o que dificulta a exportação, já que só no navio as mercadorias brasileiras ficam entre 30 e 40 dias a caminho do mercado egípcio.

“A gente tem uma grande dificuldade de exportar produtos industrializados que estariam classificados dentro da categoria termoprocessados, que é o fato do shelf life, o prazo de validade desses produtos no Egito ser muito curto, 90 dias. Então para produtos como a salsicha ou os empanados, acaba gerando uma certa dificuldade de as empresas cumprirem com esse prazo”, explica Rua. “Acaba atrapalhando um pouco que a gente consiga exportar mais”, diz.

O diretor de Mercados da ABPA acredita que o produto que o Brasil está vendendo melhor ao Egito, dentro do universo dos industrializados de frango, é o luncheon, enlatado muito consumido no país árabe e que pode levar frango na composição, além de outras carnes. “A gente não consegue chegar com salsicha, com os empanados por causa da questão do shelf life, mas no caso desses produtos enlatados, a gente consegue”, afirma.

Apesar disso, Rua avalia como positivo o volume de 650 toneladas exportadas pelo Brasil ao Egito em processados de frango e acredita que há possibilidade de incremento já que existe demanda. “É um indicativo interessante de início de efetivação da abertura desse mercado”, afirma, sobre o volume embarcado. Ele lembra que a abertura é recente e que as empresas estão ainda verificando as demandas. As que estão vendendo já eram fornecedoras de frango griller ao Egito, de acordo com o diretor de Mercados.

Queda no griller

Diego Baravelli/MInfra

Exportações gerais de frango a Egito caíram

Mesmo com esse novo mercado aberto para o frango brasileiro no Egito, as exportações gerais do setor ao país árabe recuaram para cerca de metade nos oito primeiros meses deste ano sobre o mesmo período do ano passado. As vendas do frango griller, que estavam na casa das 50 mil toneladas de janeiro a agosto de 2020, caíram para 27,5 mil neste ano, segundo dados da ABPA. Rua conta que estão sendo feitos alguns ajustes burocráticos em função da alteração da entidade certificadora halal. O selo halal atesta que os produtos são adequados para o consumo de muçulmanos e o Brasil vende aos egípcios tanto o frango in natura como a carne de ave processada halal.

Shelf life

Sobre o prazo de validade dos produtos de frango industrializados, Rua acredita que há perspectiva de que ele seja negociado e conta que o assunto está na pauta das negociações do Brasil com o Egito, tanto na relação bilateral, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Embaixada do Brasil no Cairo, como no âmbito do Mercosul, já que o bloco tem um acordo de livre comércio com o país árabe.

“Temos esperança de que esse shelf life possa ser renegociado entre as partes para que a gente possa contribuir um pouco mais para a segurança alimentar no Egito, complementando com alguns eventuais produtos que eles não têm em quantidade suficiente”, afirma Rua. Segundo o executivo da ABPA, o Egito esteve historicamente posicionado como o 15º principal mercado do frango brasileiro no exterior e o Brasil é um dos seus principais fornecedores externos na área. O Brasil é o maior exportador de carne de frango halal do mundo e tem papel essencial no fornecimento a vários países árabes, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

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