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Brasileiro ajuda árabes a produzirem sorvetes

Mestre sorveteiro Francisco Santana dá cursos presenciais e online a futuros fabricantes de sorvetes e picolés. Atualmente ele auxilia na implantação de um negócio do ramo no Egito.

Um chef confeiteiro brasileiro está ajudando empreendedores do Norte da África a implantarem empresas de sorvetes e picolés em seus países. O mestre sorveteiro Francisco Santana (foto acima) já atuou na abertura de negócios do ramo em diversos países, entre eles na Argélia, Marrocos e Tunísia. Atualmente ele auxilia no estabelecimento de uma empresa no Egito.

Francisco Santana é dono da Escola Sorvete, que fica na capital paulista, pela qual oferece cursos presenciais e online. Por meio das aulas, o chef confeiteiro orienta os futuros empresários em todo o processo de implantação de negócios de sorvetes e picolés, desde a fabricação dos produtos, com a escolha de sabores e das máquinas adequadas, até a instalação do ponto de venda. Ele dá cursos presenciais também no exterior, mas a maioria dos empreendedores estrangeiros recebem as aulas – que também funcionam como consultoria – de forma online.

Santana é mestre sorveteiro

Santana conta que os cursos para as pessoas da Argélia, Marrocos e Tunísia foram dados há alguns anos, mas que a consultoria ao empreendedor egípcio está em andamento. O brasileiro está dando todo o auxílio de forma online, mas  deve ir pessoalmente este ano ao Cairo, capital egípcia, onde o negócio será instalado, para ajudar na montagem da produção. Será uma fábrica de picolés e uma loja sob a marca Top Pop.

Segundo Santana, a possibilidade do trabalho surgiu de uma indicação em Portugal e o desenvolvimento do negócio está na fase inicial. As aulas começaram há cerca de 40 dias. Ele acredita que ainda este ano a empresa esteja em operação. O objetivo de Santana é passar pelo Egito quando for ao Daguestão, onde atende um empreendedor muçulmano em outro negócio de picolés. O Daguestão, divisão autônoma da Rússia, tem forte comunidade islâmica.

“Os árabes acabam se identificando conosco porque não somos colonizadores”, contou Santana em entrevista à ANBA sobre a possibilidade de falar de igual para igual com os árabes, mesmo ensinando. De acordo com o mestre sorveteiro, quando as pessoas de países árabes vão implantar um negócio de sorveteria, as limitações de custos, de recursos, de poder do consumidor são parecidas com as que os brasileiros enfrentam.

Francisco Santana conta que entre os sabores preferidos dos árabes estão os de tâmaras, pistache e frutas exóticas. Os sorvetes e picolés são mais doces, seguindo o gosto local. A produção precisa seguir o padrão halal e os empreendedores são orientados pelo brasileiro a procurar produtos certificados para a composição do sorvete.

Santana tem uma gama grande de amigos e conhecidos árabes, a maioria do tempo em que morou na Europa, onde trabalhou com vários deles em cozinhas e confeitarias. O brasileiro viveu na Itália, Espanha e França por cinco anos e conta que, em função duas suas feições, perguntavam sempre se ele era árabe. “Sou árabe de Cajamar”, brinca ele. Santana nasceu na capital paulista, mas foi criado na cidade de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.

O chef atua com gastronomia há cerca de 16 anos e entrou na área após se desligar do setor público. Depois de estudar cozinha e confeitaria no Brasil e Argentina, Santana foi para a Europa continuar se aperfeiçoando e para trabalhar. Ele foi o primeiro brasileiro a receber o Certificado de Aptidão Profissional em Confeitaria (CAP, na sigla em francês) da Escola Nacional Superior de Confeitaria da França (ENSP, na sigla em francês), onde também deu aulas.

Antes de criar a Escola Sorvete, Santana trabalhou no auxílio à implantação de negócios de sorveteria para a marca italiana de máquinas Carpigiani. Há cerca de quatro anos resolveu virar empresário e abriu a sua escola, que fica no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista. “Somos a maior escola independente do mundo hoje”,  afirma. A maioria das escolas que existem na área de sorvetes atualmente são ligadas a marcas e empresas.

Além de dar cursos online e presenciais na sede da Escola Sorvete, o brasileiro vai até outras cidades ou países quando é chamado para ministrar aulas. Ele conta que no Brasil tem alunos de áreas diversas – dona de casa, engenheiro, economista, dentista, fonoaudiólogo –, todos com planos de empreender.

Atualmente, Francisco Santana está montando uma loja conceito dentro da escola. A sorveteria deve ser aberta ao público no final de agosto. O local servirá como experiência para os alunos. Cada um deles ficará totalmente responsável pelo negócio por determinado tempo, desde a produção dos sorvetes até a entrega ao público.

Santana vê a capacidade de empreender como algo em comum entre brasileiros e árabes. “Os árabes são empreendedores em todos os lugares que passam”, afirma. O chef confeiteiro se mostra muito empático aos árabes. Ele conta que já leu bastante sobre o Islã e conta várias histórias vividas com seus amigos árabes na Europa. “Sempre tive uma relação muito bacana com eles, aprendi a conhecer a cultura árabe e muçulmana”, afirma.

A Escola Sorvete tem sempre cursos em andamento. No final deste mês, de 29 de julho a 2 de agosto, haverá um intensivo de cinco dias. O intensivo seguinte será de 19 a 23 de agosto.

Contato:

Escola Sorvete
Rua Iperoig, 56 – Perdizes – São Paulo – SP
Telefone: +55 (11) 3862 1698
Site aqui – Facebook aqui – Instagram aqui

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