Brasil participou de Fórum de Mulheres de Negócios egípcio

O Brasil foi pela primeira vez representado no Fórum de Mulheres de Negócios egípcio, o BWE 21, que teve sua sexta edição em Sharm El Sheikh, entre 22 e 25 de fevereiro. A associada à Câmara de Comércio Árabe Brasileira Alessandra Frisso e a diretora da entidade Claudia Haddad foram ao Egito representando o comitê de mulheres da Câmara. O tema desta edição do evento organizado pela egípcia Yomna El Sheridy foi a “Digitalização do Ecossistema”.

“A Yomna trabalha com o desenvolvimento de mulheres, e este ano o fórum trouxe pessoas da Coreia do Sul, Alemanha, Estados Unidos, vários países do Norte da África e árabes. É um evento que agrega muito, são histórias de mulheres que trabalham no desenvolvimento profissional de outras mulheres e no desenvolvimento de soluções para a comunidade de forma geral”, disse Frisso.

A empresária disse que o fórum mostrou o impacto não só do digital, mas da tecnologia na mudança dos negócios e o quanto ela é necessária para que ações em áreas distantes, com pessoas menos favorecidas, possam acontecer de fato.

Para Frisso, um ponto que chamou a atenção entre as iniciativas apresentadas foi o quanto a estrutura de telecomunicação, de tecnologia da informação e da comunicação são essenciais para o avanço de soluções que possam aproximar mulheres e cidadãos em áreas distantes, e a partir disso facilitar outras ações como a venda online de artesanato, divulgação de treinamento e capacitação de pessoas, informações sobre saúde, alimentação, cuidados com a higiene.

“Todas essas informações hoje se tornaram mais acessíveis, mas precisam dessa estrutura. Mas um ponto essencial na fala delas foi que sim, a estrutura da telecomunicação é fundamental, mas a capacitação das mulheres também é muito importante; então que os governos, as associações não só devem trazer a questão da infraestrutura, mas também a questão da capacitação. O que a gente observou também foi que existe uma preocupação em fazer capacitações diversificadas, atendendo ao nível de preparo das mulheres, dos negócios, para que eles possam ter chance de crescer”, contou.

Segundo Frisso, as participantes do fórum tinham alto nível profissional. “São mulheres com mestrado, doutorado e liderando grandes empresas, mulheres que trouxeram um posicionamento novo para os negócios, onde se valoriza outras mulheres, o treinamento e capacitação contínuos, a expertise, o talento feminino como um diferencial para os negócios”, relatou.

A empresária afirmou que este foi um fórum de diversidade, com mulheres de diversas regiões e culturas, entre 30 e 75 anos. “Essa mistura foi muito importante porque a gente conseguiu alinhar experiência, tecnologia e inovação da juventude”, disse.

O governo egípcio teve grande participação no evento. Segundo Frisso, ministras do país árabe participaram com apoio declarado ao fórum e à iniciativa. “O governador do Sinai também esteve conosco. Todos eles disseram que estavam muito felizes em receber eventos como esse e como o Egito está aberto para isso, como o governo apoia esse tipo de iniciativa, oferecendo inclusive estrutura de segurança”, relatou.

Frisso e Haddad foram extremamente bem recebidas, segundo ela. “As pessoas valorizam muito a presença do Brasil e nós trabalhamos para mostrar nosso interesse como comitê de mulheres da Câmara Árabe. Nos colocamos numa posição de aprendizes e abertas a uma parceria, a uma aproximação para que a gente possa favorecer, incentivar e ampliar a rede de relacionamento entre as mulheres brasileiras e as árabes, fomentando não só parcerias, negócios, networking, benchmarks. Com certeza é um aprendizado de mão dupla, enriquecedor, que faz não só a gente mudar a perspectiva e os paradigmas mas também conhecer e admirar cada vez mais essas mulheres com iniciativas tão brilhantes”, disse.

Informações retiradas do site da ANBA.